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08 Jun 2021

Viana do Castelo: Classificação da Festa das Rosas em Vila Franca do Lima em consulta pública

Pedro Xavier

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A inscrição da Festa das Rosas de Vila Franca, em Viana do Castelo, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial entrou hoje em consulta pública, por 30 dias, de acordo com o anúncio publicado em Diário da República.

De acordo com o documento da Direção-Geral do Património Cultural, a decisão final sobre o pedido de inventariação da manifestação daquela romaria do concelho de Viana do Castelo será tomada no prazo de 120 dias após a conclusão daquela auscultação.

A Festa das Rosas de Vila Franca, que se realiza há 399 anos na freguesia de Vila Franca, na margem esquerda do rio Lima, em Viana do Castelo, decorre em maio e abre o ciclo festivo no Alto Minho.

A romaria é conhecida pelos cestos floridos, confecionados com milhares de pétalas de flores.

Os cestos, que chegam a pesar mais de 50 quilogramas, são transportados na cabeça por jovens mordomas batizadas em Vila Franca, e que completem 19 anos em maio, numa demonstração de “orgulho e fé”.

O arranque do processo de consulta pública sobre o projeto de decisão de inscrição da Festa das Rosas de Vila Franca no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial surge na sequência do pedido formulado pela Junta de Freguesia de Vila Franca.

Em março, a Câmara de Viana do Castelo aprovou, por unanimidade, emitir parecer positivo, “manifestando a total concordância”, ao registo da Festa das Rosas de Vila Franca, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).

O parecer aprovado por proposta da vereadora com o pelouro dos equipamentos culturais, Carlota Borges, “visa a proteção legal de todo o simbolismo e expressão cultural que as festas representam no plano local e nacional”.

“A Direção-Geral do Património Cultural na análise deste pedido identificou a sua conformidade, tendo solicitado à Câmara de Viana do Castelo a emissão de parecer sobre a relevância deste pedido, em função da abrangência territorial da manifestação do património cultural em apreço”, refere a proposta aprovada pela autarquia.

Os cestos floridos das festas começam a ser confecionados dias antes, tarefa que envolve toda a família, os amigos e vizinhos, num verdadeiro espírito de entreajuda.

A mordoma é que escolhe os motivos do cesto florido que vai oferecer a Nossa Senhora do Rosário.

Os temas são mantidos em segredo para serem surpresa até ao dia do cortejo, sendo que há sempre uma rivalidade saudável porque todas as mordomas querem apresentar o cesto mais bonito.

Depois de serem exibidos nos cortejos das festas, momento que até à chegada da pandemia de covid-19 atraia todos os anos milhares de visitantes a Vila Franca, os cestos floridos ficam em exposição na igreja paroquial da freguesia.

A Festa das Rosas é da responsabilidade da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1622 por frades dominicanos. Dos seus estatutos consta que as mordomas têm de levar flores a Nossa Senhora nos dias de festa.

Por isso mesmo, todas as mordomas caprichavam em levar as mais belas flores e em grandes quantidades, que se destinavam à decoração dos altares, à confeção das fieiras e ao adorno do adro e seu atapetamento.

Ao longo dos anos a tradição evoluiu, reforçando a qualidade de confeção dos cestos a transportar à cabeça pelas mordomas, nestas procissões.

Cada jovem pode recorrer a colegas e amigas para ajudar na tarefa, tendo em conta o peso destes cestos, que se assumem também como obras de arte popular, confecionadas por bordadores, também de Vila Franca do Lima.

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