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18 Mar 2021

The Gambler: um ano após a morte de Kenny Rogers, recorde a história de um dos grandes clássicos do country

Rádio Geice

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O dia 20 de Março de 2020 marcou o aniversário da morte de Kenny Rogers, um dos grandes ídolos da música country norte-americana.

O cantor e compositor deixou para a história um legado de sucesso repleto de grandes canções, sendo a inesquecível The Gambler uma das mais icónicas. O seu profundo conteúdo lírico, aliado ao poder de um memorável refrão, fizeram de The Gambler um dos grandes hits do final da década de 70. A sua influência, no entanto, manteve-se durante décadas e continua a fazer sentir-se nos dias de hoje.

Don Schlitz escreveu The Gambler quando tinha apenas 23 anos

Em 1976, Don Shlitz era um jovem talento da música country de apenas 23 anos. O compositor completou uma das suas canções mais icónicas em Agosto desse ano, mas não foi fácil convencer os executivos das maiores editoras de Nashville a apostar em The Gambler. Foram precisos dois anos de muito trabalho para que a canção fosse gravada pela primeira vez.
O tema foi incluído no disco do cantor Bobby Bare, mas não teve o impacto desejado. Pouco tempo depois, Schlitz decidiu recorrer ao seu próprio talento vocal para editar o tema em nome próprio, mas a receção do público foi novamente desapontante.
Em 1978, Schlitz esperava que o tema chegasse a mais ouvintes e conseguiu mesmo convencer o lendário Johnny Cash a incluí-lo num dos seus discos. Foi então que The Gambler se tornou numa canção familiar na cidade de Nashville, a grande capital do country, e começou a chegar aos ouvidos dos fãs de música locais. Podia ter sido o fim da aventura de Schlitz, que não podia esperar muito mais de uma das grandes composições da sua carreira. Mas a fabulosa história desta canção estava apenas a começar.
No mesmo ano em que Cash decidiu apostar em The Gambler, Kenny Rogers também decidiu tentar a sua sorte. Confiando no poder da canção, Rogers editou The Gambler como um single e acabou por chegar ao número um das tabelas de música country. A versão de Rogers tornou-se um sucesso devido à inclusão de uma série de novos arranjos. Rogers colaborou com o produtor Larry Butler para dar uma nova vida à canção de Schlitz, que chegou a elogiar o trabalho dos dois músicos num documentário editado em 2006.

A música que levou Rogers ao estrelato

O tema The Gambler teve tanto impacto na carreira de Kenny Rogers que o músico passou desde então a ser conhecido pela alcunha de… the gambler! A canção permitiu a Rogers tornar-se numa das maiores estrelas da música norte-americana, e foi neste tema de 1978 que o lendário cantor construiu uma carreira de sucesso que durou décadas.
Pouco tempo depois da edição do single, Rogers transformou a composição numa longa metragem de televisão. No papel de ator principal, Rogers estreou-se em Kenny Rogers as The Gambler, um filme que reuniu bastante atenção nos Estados Unidos e que lhe chegou a valer um prémio Emmy.
O tema acabou por ser incluído num longa duração de Rogers, também intitulado The Gambler, que foi nomeado pelo site About.com como um dos 200 discos mais influentes da história da música country. Foi apenas uma de entre várias distinções concedidas ao álbum, que recebeu vários prémios, incluindo um Grammy e um American Music Award.

O jogo como metáfora para a vida

O incontestável sucesso de The Gambler está sem dúvida relacionado com a sua musicalidade. A canção escrita por Don Schlitz conta com um refrão inesquecível que encaixou na perfeição na voz masculina mas suave de Rogers. O tema está assente em bases teóricas simples, tendo sido construído na escala de Mi bemol e alternando entre apenas três acordes. Começa em Lá bemol e resolve imediatamente para Mi bemol, sendo que a sequência é por vezes interrompida por um acorde de Fá. Consiste por isso num tema assente numa estrutura clássica de V-I-II, que colhe influências da música folk e jazz norte-americana. No entanto, o sucesso de The Gambler também pode ser explicado pelo seu notável conteúdo lírico, que é bem mais profundo que aparenta.
The Gambler pega em temas do mundo do poker para desenhar uma belíssima metáfora para a vida, que fica latente em cada um dos seus versos. De forma poética, o gambler (ou jogador) pode ser cada um de nós, já que cada indivíduo é um jogador no grande jogo a que chamámos vida.
No refrão, Rogers canta “You’ve got to know when to hold’em, know when to fold’em“, numa apropriação clara do jargão do poker. No popular jogo de cartas, ‘hold’ e ‘fold’ são dois processos que se aplicam ao jogo. No tema musical, fica expressa a ideia de que, tal como no poker é preciso por vezes desistir de uma mão promissora, também na vida somos confrontados com inúmeros obstáculos e decisões difíceis. The Gambler é sem dúvida uma das grandes canções do universo musical norte-americano, cuja influência se estende muito para além do domínio do country.

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