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20 Nov 2020

Ricardo Carvalhido recebeu Menção Honrosa do Prémio Nacional do Ambiente

Pedro Xavier

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A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente (CPADA) atribuiu a Ricardo Jorge Carvalhido, Vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, o Prémio Nacional de Ambiente, menção honrosa, pelos serviços prestados à Conservação da Natureza, destacando o programa Geoparque Litoral de Viana do Castelo.

No discurso de agraciação, Ricardo Carvalhido defendeu o alargamento do conceito de urbe à cidade e aos espaços naturais que lhe são, de alguma forma contíguos, reforçando que é essencial admitir a ruralidade nesse conceito. 

Referiu-se à necessidade de atração de esforço de investigação para os territórios, centrando-os também nos processos de inventariação e caracterização do património natural – bio e geodiversidade – e no património que nos caracteriza como pessoas: património cultural material e imaterial. E é preciso delimitar essas áreas de elevado valor científico, classifica-las e perceber-lhes o valor educativo e turístico. Definir-lhes um regulamento de gestão e um plano de gestão com base no seu risco de degradação intrínseco. 

Disse, ainda, que é preciso infraestruturar o acesso e democratizar a interpretação do espaço-paisagem: tornar os espaços multifuncionais e adaptados. E diversificar as plataformas de acesso, sem esquecer as que permitem digitalizar o espaço para garantir o seu acesso universal.

Defendeu que é essencial desenvolver sobre as Paisagens amplos consensos sociais, materializados em contratos de corresponsabilização sobre a sua proteção, conservação e em muitos casos, recuperação ecológica, tarefa essa que deverá ser realizada com as entidades gestoras de baldios, autarquias locais, tecido empresarial, comunidades educativas e cidadãos anónimos.

É urgente reestabelecer nessas áreas a vegetação nativa, delineando um combate feroz às espécies invasoras que são responsáveis por reduções massivas da nossa resiliência ambiental e por conseguinte da nossa biodiversidade.

É essencial capacitar as comunidades educativas para que possam valorizar o currículo escolar através das paisagens locais. A capacitação é humana – assente na formação contínua e pós-graduada de docente, mas também funcional – assente no apetrechamento tecnológico dos agrupamentos, numa lógica integrativa com centros I&D e desconcentrada, e logística – assente na agilização dos processos de deslocação de alunos e professores no território.

Sintetizou dizendo que temos em mãos um desafio civilizacional: identificar os nossos santuários, recuperando-os e mantendo-os conservados assentes em contratos sociais abrangentes, e garantir que são a base de valorização dos nossos currículos escolares, e um dos veículos primordiais para a promoção da saúde e da literacia dos nossos concidadãos.

Ricardo Carvalhido dedicou o seu prémio a 3 entidades que, no essencial, contribuíram determinantemente para o seu percurso de Vida e o que dela foi sendo capaz de fazer: ao seu orientador de doutoramento, amigo, Professor Doutor Diamantino Ínsua Pereira, ao Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, e à sua Família, em especial às suas filhas.

A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente, criada em 1991, é a maior organização ambientalista Portuguesa, integrando Associações de Defesa do Ambiente e Organizações Não Governamentais de Ambiente, de âmbito Nacional, Regional e Local, de grande diversidade temática (conservação da natureza, ordenamento do território, património construído, ambiente urbano, transportes alternativos, bem estar animal, agricultura biológica, educação ambiental e atividades específicas), espalhadas no Continente e Regiões Autónomas, que representam, no seu todo, muitas dezenas de milhar de associados.

A Confederação tem como objetivos gerais a defesa do ambiente, nas suas múltiplas vertentes, em particular através do fenómeno do associativismo. É membro do European Environmental Bureau, federação de organizações ambientalistas da Europa e representa as ONGA no Conselho Económico e Social. Como representante das ONGA no Conselho Económico Social a Confederação tem um papel de parceiro social e interlocutor privilegiado em questões associativas e da política de ambiente.

Nota Biográfica:

Ricardo Jorge Ponte de Matos Carvalhido é licenciado em Biologia e Geologia (Universidade do Minho, 2004) e doutorado em Ciências (Especialidade de Geologia) pela Universidade do Minho (2012). Foi bolseiro de doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (2005-2012) tendo-se dedicado ao estudo da evolução paleoambiental quaternária e à deformação neotectónica do Litoral Norte de Portugal (Minho-Neiva). Desenvolveu também investigação aplicada em geoconservação. 

Foi Professor Assistente Convidado do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e investigador de pós-doutoramento do Centro de Geologia da Universidade do Porto e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, dedicando-se à investigação em Geomorfologia e Evolução da Paisagem do NO de Portugal, e em Geoconservação. 

É autor de 1 livro, 10 capítulos de livros, de 20 publicações com arbitragem, de 9 publicações técnicas e foi convidado como orador em 21 encontros científicos sobre temas da Evolução Paleoambiental e em Geoconservação, e Conservação da Natureza. Foi responsável por várias ações de divulgação das geociências ao grande público (Geologia no Verão) e por formação de docentes do Ensino Básico e Secundário (6 cursos, 2010-2014). 

Coorientou 6 teses de mestrado em Ciências (área científica da Geologia e da Biologia), em Engenharia do Ambiente e em Turismo, na Universidade do Minho, na Universidade do Porto, no Instituto Politécnico de Viana do Castelo e no Instituto Universitário da Maia. Foi arguente em 4 teses de mestrado nas áreas científicas das Ciências e Educação (Universidade do Minho – 3 e Instituto Politécnico de Viana do Castelo – 1).

É o autor da proposta de classificação dos 5 Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo (2016) e dos 8 Monumentos Naturais Locais de Viana do Castelo (2018). Desenhou e implementou a Rede Municipal de Ciência, com destaque para a Rede Escolar de Ciência e de Apoio à Investigação Científica, e foi coautor da proposta de Pós-Graduação em Educação, Ciência e Património Local (ESE-IPVC). 

É o Coordenador Científico e Presidente do Conselho Científico do Geoparque Litoral de Viana do Castelo, aspirante à Rede Mundial de Geoparques da UNESCO, projeto vencedor do Prémio Geoconservação 2016 atribuído pela ProGEO-Portugal, a Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico.

Foi Presidente da Distrital da Quercus de Viana do Castelo e Secretário da Mesa da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Geomorfólogos.

Desde 2017 é Vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, com os pelouros do Ambiente e da Biodiversidade, Ciência, Inovação, Conhecimento e Projetos Educativos.

É casado e tem 2 filhas.

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